“Não há nenhum dia como o Dia de Martim”. Foi desta forma que o presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes, se dirigiu aos muitos martinenses que não faltaram à 13.ª edição do Dia de Martim, organizada pela Junta de Freguesia. “Se é necessário fazer algum apelo é que continuem com este dia. Criaram um modelo excelente, por isso, honrarei o meu compromisso e estarei sempre presente, porque respeito os martinenses e sei que eles me respeitam”, referiu o autarca.
Presente mais uma vez na festa de todos os martinenses, o presidente da autarquia, que falou no final da entrega dos prémios aos participantes dos vários jogos que se realizaram ao longo do dia, referiu que é “um enorme prazer” estar em Martim. “Estou aqui pelo quinto ano consecutivo e cada vez mais o Dia de Martim agrega mais pessoas num convívio saudável”, sublinhou ainda o presidente. Miguel Costa Gomes elogiou também o projecto do grupo Martim Activo, que há 13 anos decidiu gerir a freguesia, apostando na cidadania.
Miguel Costa Gomes, que esteve acompanhado de alguns responsáveis do município e da esposa, não poupou elogios também à forma saudável e bairrista com que os martinenses celebram este dia, dando os parabéns à Junta de Freguesia por conseguir esta “união”.
Sem querer prometer obras, o autarca barcelense assegurou que vai continuar, como sempre, a ajudar a freguesia e os martinenses, evidenciando o relacionamento muito próximo com o executivo da Junta de Freguesia de Martim.
Ainda no final da entrega dos prémios, o presidente da Junta, Manuel Silva, começou por saudar e agradecer a todos, sem excepção, a presença em mais um Dia de Martim. “Apesar de este ser o primeiro Dia de Martim como presidente de Junta, é já o 13.º na organização deste grande dia que é de todos aqueles que não perdem a oportunidade de participar”, referiu Manuel Silva, visivelmente “feliz” por mais um “dia extraordinário”. “Lembro-me perfeitamente do momento que surgiu a ideia de fazer o Dia de Martim, ainda em 2001, quando o grupo Martim Activo estava a preparar as primeiras eleições a que concorreu”, contou Manuel Silva, confirmando que foi “uma ideia singular e completamente inovadora na altura”.
O campo da freguesia encheu-se, mais uma vez, de vida e de alegria. “Aqui se nota com mais intensidade o bairrismo e a união de todos os martinenses, que sabem bem receber todos aqueles que mesmo não sendo de Martim já se apaixonaram por esta terra e por estas gentes”.
Manuel Silva aproveitou ainda para agradecer a todos os martinenses e amigos que não faltaram a mais uma edição deste “grande dia”, bem como à equipa do Grupo Martim Activo.

Martinenses
de alma e coração

Joana Sabino ainda não tinha um mês quando participou na 1.ª edição do Dia de Martim. Passados 13 anos, a jovem continua a marcar presença tal como todos os martinenses que não perdem este dia. “É sempre um dia muito divertido e aproveitamos para conviver em família e com os amigos”, contou a jovem, que até já ajuda na organização da prova de atletismo, que cada vez atrai mais adeptos da modalidade. Tal como Joana, o pequeno Lucas, que completou ontem apenas um mês de vida, também não faltou à festa.
Também quem não falta ao Dia de Martim é Júlio Loureiro, que vem sempre acompanhado pela esposa Rosa Teixeira Loureiro e pela irmã Maria Conceição Loureiro. Júlio e a irmã nasceram em Martim, mas já moram há mais de 50 anos no Porto. “Nunca perdi a ligação a Martim, nunca falto às festividades em honra de Santo António e venho sempre cá por altura do Natal. Quando soube do Dia de Martim nem hesitei”, confidenciou aquele martinense, admitindo ter sido “uma boa surpresa”, porque “não fazia ideia da dimensão desta iniciativa”. E Júlio Loureiro foi mais longe: “o entusiasmo e a vontade de não se perderem as origens da freguesia estão bem visíveis ao longo deste dia em que o bairrismo e o orgulho de todos os martinenses estão bem vivos”. E cada ano que passa, Maria Conceição Loureiro assegurou que Martim “está cada vez mais vivo e dentro do coração de todos”.

Programa de actividades intenso

Porque em Martim o povo é devoto, o programa do Dia da Freguesia começou bem cedo, logo às 7 horas com uma missa, no dia da Senhora da Assunção, por intenção de todos os martinenses. Depois da celebração eucarística, celebrada pelo padre Aurélio Ribeiro, seguiram-se as actividades lúdicas e recreativas: provas de atletismo e, pela segunda vez, o Torneio de Paintball. Seguiu-se o almoço, em que cada família levou os farnéis de casa e se junta para comer, partilhar e conviver. A junta apenas contribui ao final do dia, pelas 19 horas, com a oferta de uma sardinhada, com broa de milho e caldo verde. Durante a tarde, houve, ainda, jogos tradicionais (como os jogos da colher, do saco e do banco) e, para os mais radicais houve paintball, escalada e slide, enquanto que para as crianças não faltaram os insufláveis, palhaços, matraquilhos, ping pong e pinta-faces. E, como não poderia deixar de ser numa festa popular, houve muita música com a actuação do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Martim e, no final da noite, uma banda da terra para pôr o povo a cantar e a dançar. A festa terminou, religiosamente, à meia-noite com uma pequena sessão de fogo de artifício.

in 'Correio do Minho' (16 de Agosto 2014)